El uso de las herramientas psicoanalíticas en la instalación de una paciente con un duelo temprano

Isabel Eckell de Muscio

Resumen

Este trabajo trata acerca de las vicisitudes de la instalación en la transferencia de una mujer joven que ha sufrido una perdida temprana que se presenta como un duelo no elaborado. El “trabajo de instalación” fue necesario para poder sortear su dificultad de poder confiar y depender de un objeto. Esto motivo implementar una flexibilidad del encuadre adecuada, que estimulara y favoreciera el vínculo analítico, sin descuidar la protección del encuadre interno. Considere dicho encuadre interno psicoanalítico como una herramienta fundamental a tener en cuenta y fue lo que me permitió acompañar a la paciente para que se instalara en el vinculo transferencial–contratransferencial en un encuadre mas clásico, lo que dio lugar al inicio de la elaboración de los duelos tempranos. Expongo el trabajo clínico con la paciente y examino algunas hipótesis articuladas con modelos teóricos que dan cuenta de esta clase de presentación del duelo.

Tome en consideración las ideas de Freud respecto del trabajo del duelo, asó como las de Alain de Mijolla sobre los fantasmas de identificación inconsciente, descriptos como “los otros en nosotros” y las formulaciones de Abraham y Torok referidas al fantasma, cuya función es diferente a lo reprimido dinámico porque hace referencia a una identificación de inconsciente a inconsciente para aludir a lo encriptado, son presentadas y analizadas en el texto.

Incluyo las reflexiones de Willy Baranger acerca del objeto muerto-vivo, vinculado con la imposibilidad de tramitar duelos. Asimismo tomo en cuenta las ideas de Merle-Beral sobre el estado de enduelamiento.

También me planteo algunas reflexiones en torno a la cuestión de las identificaciones tempranas de la paciente con sus objetos primarios, madre y padre, y del conflicto de lealtades que pareciera experimentar cuando se presentifica la posibilidad, de la elaboración del duelo por la muerte del padre.

descriptores: duelo patológico / transferencia / encudre / elaboración / trabajo del

duelo / historización / identificación / desvalimiento / objeto muerto-vivo

The use of the psychoanalytic tools in the installation within transference of a patient who suffered an early loss

Summary

This paper deals with the vicissitudes of the installation within transference of a young woman who suffered an early loss that failed to be worked through. The ‘work of installation’ was necessary as the patient found it difficult to trust and depend on an object. Therefore, an adequate flexibility of the setting was adopted, one that could stimulate and encourage the analytic relationship but without neglecting the protection of the internal setting. I consider that this psychoanalytic, internal setting is indeed an essential tool that should always be taken into account. It was this that allowed me to help the patient become installed in the transference-countertransference relationship within a more classic setting, where the patient’s early losses could begin to be surmounted.

In the paper the clinical work with the patient is presented and also certain hypotheses, connected to theoretical models that account for such presentations of grief, are introduced.

I took into account Freud’s ideas about the work of mourning, as well as those of Alain de Mijolla about the unconscious fantasies of identification, which were described as ‘the others in us’. Also, Abraham and Torok’s concepts of phantom, the function of which is different from the dynamic repressed because it alludes to an unconscious-to-unconscious identification, the crypt, are also introduced and analysed in the text.

I include Willy Baranger’s reflections on the dead-alive object, which is connected to the impossibility to mourn, as well as Merle-Beral’s ideas about the state of bereavement.

Lastly, I also suggest some reflections on the question of the patient’s early identifications with her primary objects (mother and father), and also on the divided loyalties the patient seems to experience when there’s a possibility of mourning for the loss of her father.

keywords: pathological mourning / transference /setting / elaboration/ work of mourning/ historical reconstruction / identification / helplessness/ dead-live object

O uso das ferramentas psicanalíticas na instalação de uma paciente com um luto precoce

Resumo

Este trabalho trata sobre as vicissitudes da instalação na transferência de uma mulher jovem que sofreu uma perda precocentemente e que se apresenta como um luto não elaborado. O “trabalho de instalação” foi necessário para poder evitar a sua dificuldade de poder confiar e depender de um objeto. Isto levou à implementação de uma flexibilidade do enquadramento adequado que estimulasse e favorecesse o vínculo analítico, sem descuidar da proteção do enquadramento interno. Considerei dito enquadramento interno psicanalítico como uma ferramenta fundamental a ter em conta, e foi o que me permitiu acompanhar a paciente para que se instalasse no vínculo transferencial – contratransferencial em um enquadramento mais clássico, originando o início da elaboração precoce dos lutos. Exponho o trabalho clínico com a paciente e examino algumas hipóteses articuladas com modelos teóricos que dão conta desta classe de apresentação do luto.

Levei em consideração as ideias de Freud a respeito do trabalho do luto, como também as de Alain de Mijolla sobre os fantasmas de identificação inconsciente, descritos como ‘os outros em nós’ e as formulações de Abraham e Torok referidas ao fantasma, cuja função é diferente ao reprimido dinâmico porque faz referência a uma identificação de inconsciente a inconsciente para fazer alusão ao encriptado, que são apresentadas e analisadas no texto.

Incluí as reflexões de Willy Baranger sobre o objeto morto-vivo, vinculado com a impossibilidade de tramitar lutos. Da mesma forma, levo em conta as ideias de Merle-Béral sobre o estado de luto.

Também faço algumas reflexões sobre a questão das identificações precoces da paciente com os seus objetos primários, mãe e pai, e do conflito de lealdades que ela parecia sentir quando se apresentou a possibilidade da elaboração do luto pela morte do pai.

palavras-chaves: luto patológico / transferéncia / enquadramento / elaboração / trabalho do luto / historização / identificação / desvalimento / objetomorto-vivo