Analizando en los límites: Un encuadre para la añoranza
La realidad, el encuadre y la segunda tópica freudiana
Raúl Tebaldi
Resumen
La clínica psicoanalítica contemporánea, extendida a los estados y conflictos límite, requiere de la adecuación de los encuadres y de las formas de intervenir del analista.
Dicha adecuación no debería confundirse con diluir el encuadre, como respuesta simplificada a las demandas que generan los conflictos límite, siendo la metapsicología del encuadre nuestro resguardo teórico imprescindible.
El acento sobre una técnica fundada principalmente en la primera tópica freudiana, dificulta enormemente la elaboración de estos conflictos. Una comprensión limitada de la segunda tópica freudiana deriva en un analista que solo lee resistencias, y que restringe su accionar al efecto interpretativo. La clínica de los límites, necesita de un encuadre y un analista receptivos de la acción, propia de la compulsión repetitiva transferencial.
Requiere de un analista comprometido, cuestionado en su neutralidad, en uso de su imaginación y permanente revisión de su contratransferencia. A partir de esta realidad clínica surge la importancia de la teoría que retoma la relación y accionar del objeto en el destino pulsional, hacia el mundo representacional y la humanización de los afectos.
Siguiendo al Freud de la segunda tópica, propongo al extrañar como el fundamento del desarrollo afectivo humanizante ¿Será un afecto específico para tratar la problemática de los límites?
El encuadre para la clínica de hoy, sería entonces aquel que facilite la creación de la añoranza.
Descriptores
Encuadre / segunda tópica / realidad / borderline / añoranza / angustia / enactement / desobjetaización / afecto / fort-da
Summary
Analyzing in the limits: a setting for longing
Reality, the setting and the second Freudian topic
Contemporary psychoanalytical practice, extended to borderline states and conflicts, requires the adjustment of the settings and modes of intervention of the analyst. Said adjustment should not be mistaken for a dissolution of the setting, as a simplified response to the demands brought about by borderline conflicts, since the metapsychology of the setting is our essential theoretical foundation.
The stress on a technique founded mainly on the first Freudian topic makes the elaboration of these conflicts difficult. A limited understanding the second Freudian topic derives in an analyst that only reads resistances and restricts his actuate to the interpretative effect. The practice of the borders requires a setting and an analyst receptive of action, inherent to the transferential repetitive compulsion. It requires an engaged analyst, questioned in his neutrality, who makes use of his imagination and permanently revises his countertransference. As from this clinical reality the importance of the theory which takes up the relation and action of the object in the drive destiny emerges, towards the representational world and the humanization of affects.
According to Freud in the second topic, I propose longing as the foundation of the emotional humanizing development. Is it a specific affect to deal with the issue of borders?
The setting for practice today would thus be one which facilitates longing.
Keywords
Setting/ second topic/ reality / borderline / longing/ anguish / enactement / desobjetalization / affect / fort-da
Resumo
Analisando nos limites: um enquadramento para sentir saudade.
A realidade, o enquadramento e a segunda tópica freudiana
A clínica psicanalítica contemporânea, estendida aos estados e conflitos-limite, requer a adequação dos enquadramentos e das formas de intervir do analista. Esta adequação não deveria se confundida com a diluição do enquadramento, como resposta simplificada às demandas que geram os conflitos-limite, sendo a metapsicologia do enquadramento o nosso resguardo teórico imprescindível.
A ênfase sobre uma técnica fundamentada principalmente na primeira tópica freudiana dificulta enormemente a elaboração destes conflitos. Uma compreensão limitada da segunda tópica freudiana deriva em um analista que apenas lê resistências, e que restringe a sua ação ao efeito interpretativo. A clínica dos limites necessita um enquadramento e um analista receptivo da ação, própria da compulsão repetitiva transferencial. Requer um analista comprometido, questionado na sua neutralidade, no uso da sua imaginação e na permanente revisão da sua contratransferência. A partir desta realidade clínica surge a importância da teoria que retoma a relação e o acionar do objeto no destino pulsional para o mundo representacional e a humanização dos afetos.
Seguindo a Freud da segunda tópica, proponho que sentir saudade é o fundamento do desenvolvimento afetivo humanizante. Será um afeto específico para tratar a problemática dos limites? O enquadramento para a clínica de hoje seria, então, aquele que facilite a criação da saudade.
Palavras-chaves
Enquadramento / segunda tópica / realidade / borderline / saudade / angústia / enactement / desobjetivação / afeto / fort-da