Metapsicología del duelo

Carlos Mario Aslan

Resumen

Freud nunca actualizó Duelo y melancolía, escrito en 1915 a la luz de sus ulteriores teorías, tales como la de pulsión de muerte, la hipótesis estructural del alma, la angustia señal, etc.

En este trabajo, utilizando dichas teorías, y algunos conceptos actuales derivados de ellas, propongo una descripción metapsicológica que creo se correlaciona mejor y más adecuadamente con los hechos clínicos observables, tanto en el duelo normal como en el duelo patológico.

Muy esquemáticamente: la representación psíquica del objeto externo perdido es anterior a la pérdida de dicho objeto; por lo tanto no existe la “introyección patognomónica”.

La libido no se retira del objeto externo sino de su representante psíquico, que por este hecho denominamos objeto interno. Contrariamente a lo descripto por Freud, postulo que el yo (representación del yo, representación del self, etc., según el esquema referencial) una vez aceptado su juicio de realidad que le indica que el objeto se ha perdido, tiende a retirar masivamente la libido del representante psíquico de este. Esto produciría una defusión instintiva, con una liberación importante del efecto destructivo de la pulsión de muerte así desneutralizada.

Frente a esta situación, el yo movilizaría sus defensas, especialmente la recarga libidinal masiva del objeto interno en cuestión. Todos estos movimientos descriptos metapsicológicamente tienen su correlato clínico. El proceso de duelo se jugaría entonces en el representante psíquico del objeto perdido, compleja estructura yoica, superyoica e ideal, con cualidades preconscientes e inconscientes. El proceso de duelo es iniciado del modo prototípico que he descripto más arriba, pasa por diversas vicisitudes y alternativas que son descriptas en el trabajo, hasta su terminación. Las diversas modalidades del duelo patológico consistirían en la detención del proceso en algunas de sus etapas.

Descriptores

Duelo / pérdida / objeto / identificación / desmezcla de las pulsiones / duelo patológico

Summary

Metapsychology of Grief

Freud never updated Mourning and Melancholia, written in 1915 in the light of his later theories, such as the death instinct, the structural hypothesis of the soul, signal anxiety, etc.

In this paper, using such theories, and some current concepts derived from them, he proposed a metapsychological description that I think correlates better and more adequately with the observable clinical facts in both normal and pathological mourning.

Very schematically, the mental representation of the external object is lost before the loss of the object; therefore there is no “pathognomonic introjection”. The libido is not removed from the external object but its psychic representative, and it is because of this that we called it internal object. Contrary to what is described by Freud, I postulate that the self (representation of self, selfrepresentation, etc., according to the reference scheme) once it has accepted the view of reality that indicates that the object is lost, tends to withdraw massively libido of its psychic representative. This would produce an instinctive defusion, with a major release of the destructive effect of the death drive this way deneutralized. Faced with this situation, the I would mobilize its defenses, especially the massive libidinal recharge the internal object. All these movements are described metapsychologically and have their clinical correlation. The grieving process will then play in the psychic representative of the lost object, complex ego, superego and ideal structure with pre-conscious and unconscious qualities. The grieving process is initiated the prototypical way I have described above, passing through various vicissitudes and alternatives are described in the work to completion. The various forms of pathological mourning consist in the detention of the process at some stage.

Keywords

Mourning / loss/ object/ identification/ defusion of drives/ pathological mourning

Resumo

Metapsicologia do luto

Freud nunca atualizou “Luto e melancolia”, escrito em 1915, à luz de suas anteriores teorias, como a da pulsão de morte, a hipótese estrutural da alma, a angústia sinal, etc. Neste trabalho, utilizando ditas teorias e alguns conceitos atuais derivados destas, proponho uma descrição metapsicológica, que acredito se correlaciona melhor e mais adequadamente com os fatos clínicos observáveis, tanto no luto normal como no luto patológico. Esquematicamente: a representação psíquica do objeto externo perdido é anterior à perda deste objeto; portanto, não existe a “introjeção patognomônica”. A libido não se retira do objeto externo senão do seu representante psíquico, que por isso denominamos objeto interno. Contrariamente ao descrito por Freud, proponho que o ego (representação do ego, representação do self, etc., segundo o esquema referencial) uma vez aceito o seu julgamento de realidade que lhe indica que o objeto foi perdido, tende a retirar massivamente a libido do representante psíquico deste. Isto produziria uma desfusão dos instintos, com uma liberação importante do efeito destrutivo da pulsão de morte assim desneutralizada. Diante desta situação, o ego mobilizaria as suas defesas, especialmente o seu recarregamento libidinal massivo do objeto interno em questão. Todos estes movimentos descritos metapsicologicamente têm o seu correlativo clínico. O processo de luto seria jogado, então, no representante psíquico do objeto perdido, complexa estrutura egóica, superegóica e ideal, com qualidades pré-conscientes e inconscientes. O processo de luto é iniciado de modo prototípico que descrevi acima, passa por diversas vicissitudes e alternativas que são descritas no trabalho, até a sua finalização. As diversas modalidades do luto patológico consistiriam na detenção do processo em alguma das suas etapas.

Palavras-chaves

Luto / perda / objeto / identificação / desmezcla das pulsões / luto patológico